O arrocha mais uma vez se destaca como o gênero musical dominante no São João da Bahia. Segundo dados do Ministério Público da Bahia (MP-BA), entre os 10 artistas mais contratados para tocar no estado durante o período junino de 2025, sete são voltados ao ritmo, que é originário da própria Bahia.
O levantamento foi feito com base no Painel da Transparência dos Festejos Juninos, que já reúne informações de 362 municípios baianos. Até agora, o investimento total com cachês artísticos chega a R$ 357 milhões.
A banda Toque Dez lidera novamente a lista, com 39 contratações confirmadas. O grupo de Serrinha, comandado por Milsinho, tem cachês que variam entre R$ 220 mil e R$ 350 mil. Em seguida aparecem Tayrone (23 contratações) e Devinho Novaes, em terceiro lugar.
Entre os demais nomes do arrocha estão Silfarley (19 shows), Unha Pintada (17), Natanzinho Lima e Thiago Aquino (16 cada). Já o forró tradicional aparece com Batista Lima (19 contratações), Mastruz com Leite (17) e Calcinha Preta (14).
Apesar do sucesso do arrocha, o cenário reacende o debate sobre o cumprimento da Lei Luiz Gonzaga, sancionada em 2023. A legislação prevê que 80% dos recursos públicos destinados a festas juninas sejam aplicados em artistas ligados ao forró e à cultura regional. O objetivo é incentivar a economia criativa e a preservação da tradição nordestina.
A lei segue como pauta de discussão entre músicos, produtores e gestores culturais, principalmente diante da crescente hegemonia do arrocha nas festas patrocinadas por dinheiro público.